Desta vez escolhi o isolamento. Não total, mas parcial. Quando desacompanhado, posso observar sem vícios, agir sem julgamentos e capturar as verdadeiras relações.
Viajar sozinho é revelador. Cada pessoa, cada experiência e cada lugar é igualmente passageiro em sua jornada. Desta maneira, carrego tudo o que compartilho. Com eles, com tudo.
A vida é mesmo, metaforicamente, como um trem. Em movimento, passamos por cidades, túneis escuros, paisagens encantadoras e, às vezes, o que vemos pela janela é nosso próprio reflexo.
Não há foto ou vídeo que retrate a sensação vivida em cada momento. O que mais chegará perto disso será a nostálgica memória.
Dirijo-me agora a Berlin. Após uma agradável noite em Frankfurt. Ah, Frankfurt! Sua doce e amigável noite me surpreendeu tanto.
Um dia ainda peço ajuda à ciência. Para que provem o poder massivo que resulta da concentração de pessoas com boas energias e sorrindo. É contagiante.
A cada minuto que entro no meu isolamento, tenho a sensação de estar soltando de mim cargas internas. Talvez medo, padrões ou certezas.
A cada pessoa que vejo passar pela janela, percebo que ela também tem uma vida repleta de histórias, como eu. E isso já deveria ser suficiente para dar a ela o máximo de respeito e amor.
Como é grande o mundo! Que saudade eu tinha de sentir essa pequena importância.
Obrigado à sempre linda Alemanha. Por me receber, encantar e ensinar.
(Marcelo Penteado)