De repente, Barcelona.
Barcelona não é nada fácil de explicar. Uma atmosfera urbana envolta por modernidade e vielas carregadas de histórias.
Barcelona é sombria pra quem tem medo. É uma interação contínua, um desafio constante. Um teste quase que de coragem e direção. Um labirinto gostoso de se perder.
De repente, entre o silêncio de becos escuros, uma praça. Com suas charmosas mesas e tendas na calçada, gargalhadas e excelência culinária.
Em suas terrazas o tempo parece passar mais devagar. De forma quase que hipnótica, o momento parece te exigir mais atenção, seja pela paisagem, pelas pessoas ou pela excelente pedida que se encontra em sua mesa.
A temperatura agradabilíssima é um convite às ruas. Pessoas e mais pessoas contribuem para a atmosfera que se forma em verdadeiras clareiras urbanas, protegidas por vielas que afastam todos aqueles que não se permitem aventurar.
Mas Barcelona só é sombria por fora. Na verdade, ela tem uma vontade ardente de ser vivida. É uma sedução constante para aqueles que gostam de surpresas. Ela recompensa os bem-aventurados.
A cada esquerda surgem novas direitas e no horizonte de cada travessia há mais curvas que retas.
Das varandas coloniais à arquitetura de pedra, Barcelona tem na sua forma de acolher uma sensível brutalidade, que é mais bem entendida quando não julgada.
Ao contrário de outros lugares, não reconheço Barcelona pelo nome de suas estreitas ruas. A cada momento traço um novo caminho e ele sempre está certo. Uma infinidade de destinos e escolhas. Uma cidade de aventuras e não de memórias.
(Marcelo Penteado)
2 respostas para “De repente, Barcelona”
“A cada momento traço um novo caminho e ele sempre está certo. Uma infinidade de destinos e escolhas. Uma cidade de aventuras e não de memórias.” Busquei neste admirável poeta espanhol, Garcia Lorca, contemporâneo de Buñuel e Dali, o toque surrealista que sinto em suas palavras: “Uma cidade de aventuras e não de memórias.” A cada texto digerido, um novo aprendizado, o “gosto” da mudança.
“(…)
Yo no podré quejarme
si no encontré lo que buscaba;
pero me iré al primer paisaje de humedades y latidos
para entender que lo que busco tendrá su blanco de alegría
cuando yo vuele mezclado con el amor y las arenas.
Vuelo fresco de siempre sobre lechos vacíos,
sobre grupos de brisas y barcos encallados.
Tropiezo vacilante por la dura eternidad fija
y amor al fin sin alba. Amor, ¡Amor visible!”
Edem Mills, Vermont. 24 de agosto de 1929.
CIELO VIVO de Garcia Lorca
Márcia Moraes
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“La sombra del viento” de Carlos Ruiz Zafon, tienes que leerlo cuando estés la próxima vez en Barcelona. Te va a encantar y te perderás en el libro y en las callejas de tu Barcelona!
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