Faço muito que não foto. Tanto, que não foco. Muito que não conto. E, talvez, pelas não vielas do fato, exista a essência mais expressiva da presença. O momento único, contínuo e intraduzível.
Quando, ao final, o sentimento despede-se, pelo viés da memória ou aos braços da história, o que se conta é repaginação mais traiçoeira de uma inocente vontade de querer dizer o que deveria se contemplar.
(Marcelo Penteado)
“(…) o sentimento despede-se, pelo viés da memória ou aos braços da história,(…)”
“A poesia está guardada nas palavras – é tudo que eu sei. / Meu fado é o de não saber quase tudo. / Sobre o nada eu tenho profundidades. / Não tenho conexões com a realidade. / Poderoso para mim não é aquele que descobre ouro. / Para mim poderoso é aquele que descobre as insignificâncias (do mundo e as nossas). / Por essa pequena sentença me elogiaram de imbecil. / Fiquei emocionado. / Sou fraco para elogios.”
Manoel de Barros
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