
Viajar é minha maneira de estar só.
De enxergar todo o resto como uma unidade. Uma companhia a parte. Os detalhes, suas complexidades. O olhar como um resvalo, o passo passageiro.
Estar só é o que me dá sobrevida, psicanalise da alma. As interações com a natureza, plena, externa, beleza do meu ser.
Viajar sozinho restaura déficits do sentido.
Lembro que respiro, que sei olhar e apenas olhar. Revejo muito. Mútuo. Quando me dou conta, já esqueci de pensar por um tanto. Olho, enxergo, respiro. Respiro porque preciso de ar, que por sua vez precisa de espaço.
Movimentos de expansão. Tão mais importante que pensar. Do que mais me nutro – momentos. Verdadeiros, pois, coexistimos.
(Marcelo Penteado)