sigoescrevendo

Um manifesto de palavras sob a regência de cada momento.



2014, Curitiba
2014, Curitiba

Todo mundo anda meio perdido. (Nem que seja um pouco). Ou apenas um parênteses.

Um generalismo com licença poética, embora absolutamente realista. Uma afirmação de fácil discordância, não fosse pela sensibilidade dos olhos em traduzir almas.

Talvez pelo excesso de opções. A falta de ordem, o transbordamento de desejos. Regamos ausências com doses de vontades. Expectativas. Um novo, um outro, que não agora. Nada, agora, parece suficientemente pleno. Digno de coexistir à própria respiração.

Perdidos. Pela falta, ou pelo oposto. Temente ao medo que há na lacuna das incertezas. Medo de ter certeza. Escolher, pois, deixar de lado. Um passo que se dá é um infinito que se altera. O universo presente em cada detalhe.

Ninguém sabe, exatamente, onde a estrada leva. Previsões são possibilidades. Estradas são metáforas. Até o futuro, por outro lado, é apenas um fato atrasado. A realidade se constrói na desconstrução do tempo – a isso chamamos momentos.

A vida é um plural de instantes que se encontram. Sentir-se perdido não é o problema, nem um tormento. É uma percepção irrelevante. O que não se pode perder, ao contrário, é a pluralidade que subverte o enquanto.

(Marcelo Penteado)


2 respostas para “Ato Falho”

  1. “O que não se pode perder, ao contrário, é a pluralidade que subverte o enquanto.”
    Enquanto… tempo, proporção ou conformidade? Perdidos no presente por não reconhecer a inserção do passado… ansiosos pelo futuro sem perceber o compromisso do presente…
    “Minha sorte está lançada
    Eu sou, eu sou estrada
    Eu vou, eu sou levada
    Eu sou, eu vou partir
    Contra o grande nada – lá vou eu!
    Ao romper da madrugada
    O sol no pensamento
    E o tempo contra o vento
    E a minha voz alçada
    Contra o grande nada – lá vou eu!
    “Quem vem lá?” Pergunta a solidão
    “Sou eu!”
    Sou eu que vou porque o meu tempo nasceu
    Entre os ecos do infinito
    Eu grito, eu mato a solidão
    Eu sou meu tempo, eu vou
    A ferro e fogo, eu corro
    Eu vou, eu canto e grito: amor!
    Eu vou, eu vou, eu canto e grito: amor!”
    Meu Tempo – Vinicius de Moraes

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