
Todos os dias uma avalanche de informações inunda nossa mente. Um múltiplo acúmulo de estímulos, projeções e lembranças.
Fatos mal tragados, doses sobre doses. O excesso é uma medida que não cabe no tempo.
Em consequência às inúmeras distrações, amplifica-se, também, o desafio em saber ouvir a própria voz. Os pensamentos que gritam sob os escombros.
O reverbero genuíno da matriz que vem de dentro.
Eis uma boa meta – diária – organizar, pois, oxigenar, a mente. Vasculhar, atento, os escombros dentro de si. Resgatar, guiado pelos gritos ecoados de quem depende de ajuda para poder encontrar uma saída.
Resgatar o manifesto que ainda resiste ao despejo.
Somos, talvez, mais destinados a limpar os caminhos de nossos pensamentos, como disciplinados serventes – e testemunhar a criação através do fluxo – a viver sob a ilusão de que o intelecto encontra suas próprias maneiras de lapidar soluções.
Quem sabe não seja a clareza o efeito genérico da genialidade?
(Marcelo Penteado)