
Gosto de viajar por ser uma experiência que, para começar, é preciso sair.
Um exercício de deixar, um exercício de se abrir. Por excesso de naturalidade, uma experiência transitória.
Viajar pressente atitude destemida.
Sensibiliza o olhar a fazer mais de uma pergunta antes de dizer o que viu. Com o tempo, ora apelidado de bagagem, fala-se mais até à nossa mente e menos pro mundo de fora.
É tão melhor permitir ao mundo nos ter algo a dizer.
A viagem entrega à vida um sentido de estar. O valor de ter existido sob diversas combinações e ter convivido com outras influências culturais, em outro tempo presente. Perceber que colecionar momentos é também um tipo de riqueza ao alcance de nossas escolhas.
Através das viagens, acréscimos. Do mais que vejo, menos falo e tanto ouço. Bagunço o que eu sinto e acesso outros entendimentos.
Diferente da maioria das experiências, sua lógica nasce diferente – da saída ao início, do momento ao recomeço. Reconstrução. A mente se reabastece de diferentes percepções apresentadas no caminho. E em cada parada também.
(Marcelo Penteado)
2 respostas para “Filosofia sobre viagem”
Querido amigo!!! Vc de volta!
“A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar.”
Eduardo Galeano
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Fala Marcelo, bacana seu texto. Recomendo um livro bem bacana sobre filosofia de viagens, Os pès alados de mercúrio, de Luis Pellegrini.
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