
Conta a história que a felicidade concedeu um sopro, enquanto seguia perseguida pelos famintos desejos do mundo.
Disse ela, em tom de socorro, que não há resposta órfã de sinônimos.
Apelou!
Ora, quando ao deleite da existência traduziu-se vida, em outros tons igualmente se aprendeu a pluralizar quaisquer significado.
Porém, tão logo todos os olhos se cegam à felicidade, única e sublime, pobre dos sentimentos que também com ela percorrem os mesmos campos: suas trilhas desmerecem o desuso.
Carente o mais nobre dos atalhos: a curiosidade. O desejo intenso de experimentar a vida. A chama que se move não para cativar, senão o oposto. Incita quando até a coragem receia. A curiosidade é a releitura mais astuta da adrenalina que conecta o desejo à conquista.
(Talvez seja uma visão das mais privilegiadas ou um descompasso precioso, quando entre encantar-se ou alcançar, se manifestam descomplexamente, feito poemas de Manoel de Barros.).
Mais um respiro – se no alcance da felicidade, justo ao ato de sua captura, poucas palavras escapulissem pelo seu ar de presa, ditos sem fio feito cânticos jurariam a validade do relato: “há mais ilusões que plenitude em mim; nua, sou a soma de muito que foi esquecido para injustamente polir-me só”.
(Marcelo Penteado)
3 respostas para “Retrato de uma crônica recente”
Tudo em Marcelo é inspiração!
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“Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo, e posso evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um “não”. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo…”
Ah! Fernando Pessoa. Sempre ele!! Por que será? Só nós dois é que sabemos, só nós dois e mais ninguém!!!!
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Gosto muito de todas as cronicas do sigoescrevendo
Parabens Marcelo !!! Eu curto e compartilho sempre.
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