
Na escola, premiam-se os que têm as melhores respostas. Faz parte do critério de aprovação. Nota, conceitos. Passamos a precisar de algum tipo de consentimento para sermos aprovados. E evoluir.
Com o tempo, essa semente germina e passamos a ser frutos da dependência. Do que pensam, do que é certo, do que dá resultados. “Passar de ano”, como se o tempo precisasse de tais critérios para seguir em frente.
Assim, crescemos, nos reproduzimos e morremos. Sempre esperando por um momento ou sinal de aprovação. O ambiente é medido por comparação a colegas e ensinamentos de um superior.
A ação passa a considerar, previamente, a força da reação. Uma espécie de previsão, expectativa e resultados planejados. Neste momento, o objetivo passa a ser mais valorizado que o caminho.
Daí surge o “melhor pensar duas vezes”. Ou melhor, ao invés de se refletir o que se quer, passou-se a ser importante tentar medir o impacto daquilo que se quer. O erro passou a ser o maior vilão. Logo ele, um dos grandes professores da vida.
A verdade deixou de ser o que vem de dentro e passou a ser o consenso da maioria. Mais confortável que ser verdadeiro, é ser normal.
O conforto até ganhou uma zona. Geralmente regida por uma TV e sonhos distantes. Paradinho, esperando milagres acontecerem. Só que o único milagre da vida é o tempo. Ele é eterno, nós não.
Já, isto, não aprendemos na escola.
Não nos ensinam que crescer, em tamanho, é inerente à nossa vontade. A natureza já se responsabiliza por isso. O grande desafio é que nós mesmos precisamos ser maiores que parecemos ser. E isso tem nada a ver com o corpo.
Também não nos ensinam que a reprodução vai além da família. Temos o poder de acrescentar, ao mundo, ideias. Valores, manifestos genuínos. Temos oportunidade de reproduzir a vida através de nós mesmos, para uma nova geração.
Dividir causas, multiplicar efeitos. E vice-versa.
Muito menos nos ensinam sobre a morte. A morte que acontece todos os dias, em cada momento que renunciamos às nossas vontades e buscamos aprovação. A morte de um sorriso sincero, de uma paz de espírito.
A morte da vida que poderíamos ter, caso não fosse concedido ao externo, a diretriz de tantas decisões.
(Marcelo Penteado)
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