
Muito do que passa pela minha cabeça se esvai sem qualquer recordação, salvo, a exceção de meu semblante.
O matutar pela vida via as ementas do pensamento em muito provoca somente a crescença do desentendimento.
Do alto de onde não estou, a percepção desses movimentos terceiros pouco complementam o que mais importa: sentir-se bem.
Desde então, desentendo. Quanto mais, melhor! Deixo passar os sentidos que fogem ao meu alcance. Respiro, pois, respirar, definitivamente, é a resposta mais apropriada a inumeráveis perguntas que nos sobram dessa vida.
Dos muitos caminhos que já passei, poucos trouxeram tanto conforto quanto acompanhar o percorrer do ar em meu corpo. Melhora até o captar da visão – percebi! – meio a alívios, em concordância com minha mente.
Aos poucos, sobrou para o resto do corpo – e bom que foi gradativo, pois todo instante nasce para merecer.
(Marcelo Penteado)